terça-feira, 13 de abril de 2010

Era uma vez ...

Tudo ia tão bem. O homem com quem ela havia sonhando, os filhos que toda mãe queria ter. Parecia perfeito. A família perfeita, a vida perfeita. Entretanto ela havia se esquecido de um detalhe: a perfeição não existe. E talvez tenha sido esse detalhe, esse enorme detalhe, que a fez descuidar de coisas pequenas. Enquanto ela se preocupava com ele, ele se preocupava com outra, talvez achando que na vida se é capaz de esconder tudo por todo tempo. Mas ele também se esqueceu de detalhes e a verdade chegou ao ouvido dela. E ao coração também. Ele soube como machucar esse grande coração, e soube também machucar e decepcionar mais alguns pequenos corações. Difícil descobrir o que ele pensou ao agir daquela forma, pondo uma ‘família perfeita’ em jogo por um jogo de esconde- esconde. Mal podia ele imaginar o que poderia perder com tal ato, e se imaginou, não mediu conseqüências. E com ela foi-se a confiança, a alegria, a esperança, e quem sabe até seu coração se foi também. Os outros corações menores ficaram lá, sem bem entender o que acontecia, mas eles sabiam que não era alegria o que aquelas lágrimas significavam. Sabe-se que para ela o perdão nunca existiu, embora o arrependimento estivesse lá. Ela resolveu jogar junto com ele, mas não o mesmo jogo. Um jogo que envolvia apenas os dois. E que deixava de lado aquele que os uniu e colocava em campo a ‘conveniência’. Ela fechou seus olhos para o passado, mas não se esqueceu dele. É difícil ver e aceitar a realidade quando se está acostumado com a perfeição.

1 comentários:

Maria disse...

Tem uma música do Nando Reis que é inteiramente linda. Mas a última frase diz muito, muito mesmo:

Depois de pensar um pouco
Ela viu que não havia mais motivo e nem razão
E pode perdoá-lo
É fácil culpar os outros
Mas a vida não precisa de juizes
A questão é sermos razoáveis
E por isso voltou
Porque sempre o amou
Mesmo levando a dor
Daquela mágoa
Mas segurando a sua mão
Sentiu sorrir seu coração
E amou como nunca havia amado
Mas como começar de novo
Se a ferida que sangrou
Acostumou a me sentir prejudicado
É só você lavar o rosto
E deixar que a água suja
Leve longe do seu corpo
O infeliz passado
E por isso voltou
Pra quem sempre amou
Mesmo levando a dor
E aquela mágoa
Mas segurando a sua mão
Sentiu sorrir seu coração
E amou como nunca havia amado
E viveram felizes... para sempre

E ELES ESTAVAM LIVRES DA PERFEIÇÃO QUE SÓ FAZIA ESTRAGOS

...